quarta-feira, 31 de março de 2010

Depósito de antigos aviões militares americanos






Clique aqui para visualizar uma fantástica coleção de fotos de aeronaves desativadas, muitas delas em perfeito estado de conservação.

Observação:na barra superior do link é possível acessar outras coleções de fotos de aviação antigas classificadas por fotógrafos e aeroportos.

colaboração Comandante Grisolia.
Photos by Neil Aird © 1966 and 1968
www.dhc-2.com

Aeroporto de Congonhas, horário de operação





Quando no século passado foi criado o aeroporto de Congonhas era um local bastante afastado do centro, no local predominavam chácaras. A presença do aeródromo foi o estopim para o desenvolvimento imobiliário da região.
Diante disto podemos afirmar que todos que moram nas cercanias do local referido quando optaram por residir na região pesaram os prós e contras dos bairros próximos e certamente aram sabedores da presença do aeroporto e todas as suas implicações.
Congonhas é de importância vital para a cidade de São Paulo por estes motivos não têm cabimento restringir o horário de operação das 07h00min as 22h00min. Temos que considerar ainda que as atuais aeronaves têm níveis de ruído baixos, alem disto a cidade acorda antes das sete e dorme depois das vinte três horas, dito isto, entendo que as operações devem ser liberadas das 6:00 às 23h10min para decolagens e das 06h00min às 23h50min para pousos.

sábado, 27 de março de 2010

Douglas DC-2







DC-2

Um dos dois únicos remanescente em condições de vôo, este Douglas DC-2, predecessor do DC-3 pertencente ao Museum of Flight de Seattle será o líder de um grupo de 40 aviões que chegarão o Oshkosh dia 26 de Julho para comemorar os 75 anos do DC-3.
Desenvolvido em 1933 num acordo entre TWA e Douglas que decidiram aumentar a fuselagem do DC-1 em 61 cm para adicionar mais uma fileira de assentos, com isto aumentando a capacidade para 14 passageiros.
O primeiro vôo foi em 11 de maio de 1934, apenas 150 foram produzidos até o inicio da produção do DC-3 em 1935.


Características técnicas:
Power Plant: Two Wright R-1820 975hp engines
Registration: N1934D
Serial Number: 1368
Length: 62 ft
Height: 16 ft
Span: 85 ft
Wing Area: 939 square ft
Empty Weight: 12,408 lbs
Gross Weight: 18,560 lbs
Maximum Speed: 210 mph
Cruise Speed: 190 mph
Range: 1,000 miles

Mais fotos clique aqui

Reportagem completa em ingles aqui.

sábado, 20 de março de 2010

Selo ANAC eficiência duvidosa




Este selo muito colorido criado pela ANAC para classificar o espaço entre as poltronas é falho num aspecto fundamental que é o espaço na altura dos joelhos com a poltrona da frente totalmente reclinada e a imediatamente atrás na vertical, pois nesta condição o espaço e consideravelmente reduzido.

Foram feitos testes com algumas pessoas onde ficou claro que para manter espaço adequado as medidas de espaço necessárias com as poltronas posicionadas conforme o parágrafo anterior são:

- Pessoas com 188 cm até 195 de altura = 70 cm de espaço mínimo (A).
- Pessoas com 175 cm até 187 de altura = 65 cm de espaço mínimo (B).
- pessoas com até 174 cm = 60 cm de espaço.(C)

Assim a classificação de espaço adequada seria:
-A para espaço igual ou maiores que 70 cm
-B para espaço entre 65 e 69 cm.
-C para espaço entre 60 e 64 cm.
Espaços inferiores a 60 cm seriam classificados como inadequados (E)

sábado, 6 de março de 2010

Sem teto para voar - Cora Rónai




Podíamos até ser de quinta, mas a Varig era de primeira.

Houve um tempo em que o Brasil era um país subdesenvolvido. Ora, como era muito triste ver tanta gente desenvolvida vivendo num país subdesenvolvido, um gênio desses que andam por aí achou a saída perfeita para o problema: inventou uma nova expressão e passamos a ser um país em desenvolvimento, coisa que em muito melhorou a auto-estima das gentes. Isso se deu mais ou menos na mesma época em que gênios de outras partes do mundo criavam o termo "terceiro mundo" – que, aliás, nunca entendi direito, não por não saber diferenciar o primeiro mundo do terceiro, mas por nunca ter descoberto quem seria, ou onde ficaria, o segundo.

Ainda assim, quando viajávamos, continuávamos sendo cidadãos de quinta, pois o país em desenvolvimento não permitia que tivéssemos cartão de crédito internacional. E, por conta da diferença estratosférica entre o dólar "oficial" e o dólar em pessoa, o verdadeiro, éramos limitados à compra de meia dúzia de dólares por viagem. Para quem ia a negócios ali na esquina, rapidinho, até funcionava; para quem saía de férias e pretendia passar o mês viajando, mal dava para a saída. De modo que, viva a marginalidade!, éramos todos obrigados a recorrer a doleiros.

Viajar carregando na carteira aquela dinheirama era arriscado e angustiante. Tinha quem escondesse tudo na meia ou na cueca (Genoíno não inventou isso, é calúnia), usasse bolsa por dentro da blusa, bolsos falsos por dentro das calças e outras tantas precauções mais ou menos inúteis. E essa atrapalhação toda ainda não era nada diante da diante da dificuldade de se alugar um carro sem cartão de crédito. Éramos obrigados a deixar as passagens nas locadoras, além de um depósito milionário, como garantia de bom caráter. O subtexto era claro e, de resto, plenamente justificável num mundo capitalista: não tem cartão de crédito, não tem qualquer outro crédito.
* * *
É claro que nem todo brasileiro passava por esses perrengues. Já então, gente de governo e políticos não se apertavam. Cartão internacional era com eles, com a vantagem de que nem ao menos pagavam a conta. A tradição, como se vê, vem de longe. Mas, assim como há o bom e o mau colesterol, havia também as boas exceções. Qualquer cidadão do maravilhoso país chamado Classe Média Alta que tivesse 50 mil dólares sobrando podia abrir uma conta lá fora e conseguir um cartão de crédito para circular feito gente pelo mundo civilizado. Era ilegal, e daí?

Eu pertencia ao time dos que tinham um bolso "secreto" costurado dentro dos jeans. Muitas vezes deixei de alugar carro para não passar pelo constrangimento de entregar à locadora a passagem e todos os meus bens terrenos. É um dos meus orgulhos de pobre; viajar como lixo nunca foi a minha idéia de um bom programa.
* * *
Andei me lembrando disso porque o crime cometido contra a Varig voltou ao noticiário. Retórica à parte, a Varig nos tirava do terceiro mundo e nos elevava, no melhor sentido, a outras alturas. Impossível não sentir orgulho ao chegar a qualquer aeroporto do mundo e, ainda lá de cima, avistar as "nossas" aeronaves lá embaixo.

E as agências? Não me lembro de ter passado por qualquer capital onde não houvesse uma bela agência da Varig, sempre bem localizada, sempre com água, cafezinho e bons atendentes em bom português, verdadeiras embaixadas informais, não raro mais acolhedoras e mais eficientes do que as oficiais.

Por trás, porém, havia o que sempre há por trás das nossas administrações. Já conhecíamos bem alguns dos pecados da Varig, da rasteira na Panair à demora em criar um programa de milhas. Hoje, sabemos que voávamos numa espécie de tapete mágico, numa quimera que, na realidade, estava afundada em dívidas.
* * *
Acontece que, a despeito disso, a Varig tinha algo muito mais precioso do que os seus aviões, prédios e outros bens materiais. Tinha uma experiência incomparável de Brasil. Sabia voar, porque tinha um time de profissionais extraordinários, que não se cria da noite para o dia. Enquanto a Varig viveu, a aviação brasileira funcionava, e inspirava confiança nos viajantes.

Qualquer guru da economia pode provar o contrário em meia dúzia de frases, mas estou convencida de que dinheiro não é tudo, nem na vida das pessoas, nem na dos países. O know-how da Varig; o conhecimento acumulado da sua maravilhosa rede de comandantes, engenheiros, comissários, mecânicos e funcionários de todo o tipo; tudo isso era um bem do Brasil, que qualquer governo decente e com um mínimo de visão teria lutado para manter.

Aos poucos, começa a vir à tona a história do assassinato premeditado de uma das mais queridas empresas brasileiras. Tarde demais. A Varig já não quer dizer nada. Os profissionais de que o país se orgulhava estão espalhados pelo mundo, a malha aérea que tão bem cobria o país se desfez, os preciosos slots dos aeroportos internacionais se perderam. Meia dúzia de compadres ficaram riquíssimos; o Brasil ficou incalculavelmente mais pobre.

Cora Rónai (O Globo, Segundo Caderno, 12.6.2008)

Colaboração João Angelo