sábado, 22 de outubro de 2011

Dia do aviador







Outubro 23 dia do aviador, Não podemos esquecer quem é o VERDADEIRO pai da aviação. Só para lembrar, o 14Bis saiu do chão por meio próprios, em evento público e não lançado por catapulta morro abaixo.

QUANDO TUDO ACONTECEU...
1873: Em Cabangu, Minas Gerais, em 20 de Julho, nasce Alberto Santos-Dumont, neto do joalheiro francês François Dumont que viera em meados do século para o Brasil. - 1891: Henrique Dumont, pai de Alberto, vai com a família para Paris. -
1897: Santos-Dumont encomenda a construção de um aeróstato no qual, pela primeira vez, consegue elevar-se nos ares. - 1898: Santos-Dumont faz dezenas de ascensões em balão. - 1899: Alberto constrói o Santos-Dumont n.º 4. - 1901: Santos-Dumont contorna a Torre Eiffel, conquistando o prémio instituído para quem cometesse a proeza pela primeira vez. - 1904: Publica o seu livro Dans l'air. - 1906: Em 23 de Outubro, sobe no seu aeroplano 14-Bis. - 1909: Santos-Dumont atinge num aeroplano os 77 km por hora. - 1910: Devido a doença, o aviador brasileiro dá a sua carreira de pioneiro da aviação como encerrada. - 1918: Publica o livro O Que Eu Vi e o Que Nós Vemos. - 1932: Morre na cidade de Guarujá.

sábado, 15 de outubro de 2011

Quanto valemos para Administração da empresa


Uma carta aberta de um Piloto da United Airlines para Glen Tilton (Presidente da United Airlines)

Recentemente muito tem-se dito e escrito na imprensa sobre a preocupação em relação a nossos salários, compensações e benefícios. Tem se dito o quanto isso custa para a nossa companhia, nossa profissão tem sido comparada com outras, várias sutis e não tão sutis ameaças e int…imidações táticas são jogadas em nosso grupo. Na luz da situação corrente, por favor, permita-me, um piloto, te dar um pequeno vislumbre de nosso mundo.
Não compare nossa profissão com outras:
· Quantas salas de reuniões fazem barulho?
· Quantas reuniões se concluem com a morte de centenas de pessoas?
· Quantos tratores custam 82 milhões de dólares?
· Quantos médicos passam metade do mês longe de suas famílias? (no Brasil dois terços longe)
· Quais filhos que choram quando veem seus pais colocando uniforme porque sabem que seus pais irão ficar uma semana fora?
· Quantos corretores de imóveis perdem seu emprego por que a pressão arterial está alta?
· Quantos advogados perdem seu natal sentado em um sofá de hotel?
· Quando sua esposa está assistindo TV e o programa é interrompido… Ela fica momentaneamente em pânico por medo da notícia que poderá ver? Que ela tanto teme?
· Não há outra profissão no mundo cujo as consequências por um erro são tão catastróficas e jamais esquecidas.
O preço:
· Eu pago o preço quando alguém coloca cilindro de oxigênio altamente perigoso no porão do avião;
· Eu pago o preço quando um terrorista quer escolher alguém pra eliminar;
· Eu pago o preço quando um meteorologista erra sua previsão do tempo,
· Eu pago o preço quando engenheiros aeronáuticos erram na projeção de uma bomba de combustível.
Você fala em custos:
· Pergunte a um executivo chefe da empresa o custo de ter um Jato mergulhado no pântano dos Everglades.
· Pergunte a Fred Smith o custo de um escorregão de um DC-10 e um MD-11 fora da pista em Steward e Newark.
· Pergunte a Korean Airlines o custo de um 747 que quase varou a pista em Guam.
· Pergunte a Fine Air o custo de “limpar” um DC-8 de uma Rua de Miami.
· Pergunte a Bob Crandall o custo de uma colisão com um Boeing 757 numa montanha na Colômbia.
· E se não for suficiente, profissionalismo com calma. Qual seria o custo de um Boeing 777 da United Airlines que perdeu pressão de óleo em um dos motores sobre o meio do pacífico e teve que alternar pro Hawaii com apenas um motor? Quanto esse piloto economizou pra você essa noite? Quanto ele vale pra você essa noite?
Quando você tentar me intimidar. Lembre-se:
· Era eu quem estava voando helicóptero sobre a selva do Vietnam enquanto você estava se graduando em seu mestrado.
· Era eu quem estava sentado solitário em um F-18 em silêncio alguns instantes antes de ser catapultado sobre um frio e escuro oceano enquanto você dormia em total paz em sua cama.
· Era eu quem em uma noite assisti a asa de meu caça se encher de gelo a milhas de distancia de um aeroporto seguro, rezando para ter combustível suficiente para encontrar um céu claro, enquanto você estava assistindo a final do campeonato de Football americano sábado anoite.
· Era eu que estava voando um C-130 Hércules sobre o céu Panamenho com risco de tomar tiros, enquanto isso você estava decorando a sua arvore de natal em 1989.
· Fui eu que encarei frente-a-frente a quarta mais força militar do mundo no deserto do Iraque e fizemos eles se renderem enquanto você assistiu tudo pela CNN.
· Fui eu quem pousava um caça A-6 em uma pista de porta aviões menor que seu quintal.
· Era eu quem voava aeronaves tanque sem armas de defesa sobre território inimigo para reabastecer outros colegas para te proteger
· Era eu quem assistiu misseis e balas florir diante de mim, ainda sem poder me virar e correr, enquanto você assistia as flores florirem em seu jardim.
· Fui eu quem já enterrou um amigo.
· Sou eu quem conheceu um garoto que nunca irá brincar de pega-pega com seu pai e, no entanto você pode brincar com seu neto.
· Senhor, por favor, não tente me intimidar. Eu não sou seu inimigo, sou seu colaborador, e colaborador que experimentou e realizou coisas que poucos se atrevem a tentar.
· Perceba isso e haverá poucos obstáculos que não poderemos vencer.

(Repassado por Ivano Caron)

domingo, 9 de outubro de 2011

O engodo do AERUS



A VERGONHA ALHEIA

Por J. C. Bolognese

No dia 12 de outubro atingimos a incrível, inaceitável e injustificável marca de 5 anos e meio de um covarde e arbitrário calote em nossa aposentadoria. Mas, falar em perda de de poupança e pensão é muito pouco, pois esses termos, por mais que se esforcem, não podem definir o que é passar a vida trabalhando, atento ao passar dos anos, poupando para um futuro um pouco menos incerto e descobri-lo comprometido pela irresponsabilidade de terceiros.

Aposentar-se de um emprego de muitos anos não significa retirar-se da vida. Ao contrário, poderiam ser os melhores da vida de um trabalhador se o trato fosse feito com gente séria. Contudo, da maneira como são tratados os aposentados nesse país, parece ser o sonho dourado de todos os governantes brasileiros, senão mesmo uma política de estado, ver o trabalhador ser extinto junto com seu emprego.

Não é incomum uma pessoa em situação como a nossa, remexer o passado e se perguntar com algum embaraço, se fez algo de errado. Com vergonha até, perguntar-se, se contribuiu para o seu sofrimento e o dos familiares. Mas não é preciso ir muito longe para descobrir que se há uma vergonha aí, ela não lhe pertence. É uma vergonha alheia, criada por mentes que não abrigam esse sentimento.

Desde o começo - antes e depois do fim da Varig - os fatos que contam são:

1) Um fundo de pensão privado foi criado para complementar as aposentadorias dos trabalhadores na aviação.

2) A estrutura jurídica do Aerus foi baseada em leis vigentes no país - e não comprada em uma banca de camelô.

3) Os funcionários das empresas pagaram religiosamente a sua parte no contrato.

Nada disto foi defendido, fiscalizado ou protegido pelo estado como era sua obrigação. Daí, a trágica situação em que se encontram os aposentados do Aerus até este mês de outubro de 2011. Sem esquecer os demitidos e os familiares dos mais de 580 que faleceram se ver solução alguma.

Quando reclamamos nossa aposentadoria de volta, não damos a ninguém o direito de duvidar que seja legítima. Nós realmente pagamos parte de nossos salários segundo um modelo instituído dentro de perfeitos marcos legais.

Assim como uma mentira não vira verdade só por ser muito repetida, uma verdade não vira um delírio só porque sua repetição incomoda.

Eu também concordo com o ministro do STF quando ele fala de uma emenda que pode tornar a justiça não apenas mais ágil, mas... muito mais ágil. Concordar é uma coisa. Acreditar porém, é bem outra. Em que mundo vive essa gente que sempre, ao ser questionada, declara-se comprometida com os mais profundos interesses sociais, mas não consegue ou não se esforça para ir do discurso à prática? Das autoridades aceitaria com prazer se, ao declararem suas boas intenções, estivessem sinceramente compreendendo que nós, ao falarmos do calote em nossa aposentadoria, estamos falando em termos muito reais, que nos faltam recursos para pagar um plano de saúde. Em vez de declarações genéricas sobre princípios republicanos, geralmente desprezados no mundo real, preferia que um ministro, uma autoridade dessas, perguntasse como é que a gente faz pra viver. De que forma vivemos o problema de não poder ir ao dentista quando um dente dói. Quando e como compramos um par de óculos novos porque o nosso quebrou ou ficou defasado. Se temos acesso ao lazer e, se ele, como às demais pessoas, faz falta.

De minha parte quero deixar bem claro que não serei grato a nenhuma autoridade, pois ao virem com uma solução para o Aerus, depois de tantos anos sabendo o que essa demora acarretou, não vão pensar por certo naqueles aos quais ela não alcançou. Serei grato apenas a Deus e aos colegas que realmente se empenharam desde o começo para reparar um injustiça histórica. Às autoridades concederei apenas os cumprimentos por terem afinal enxergado a luz da razão.

A caminho do sexto Natal sem o nosso dinheiro, esperamos que essa luz ilumine essas autoridades dissipando as trevas da hipocrisia. E se mais este Natal for como os últimos cinco, quando passamos vergonha por não podermos estar como pessoas normais, vamos lembrar que é a vergonha dos outros que faltou se mostrar. A vergonha alheia.

JC Bolognese


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O anjo do voo JJ-3054-TAM


Charge de Gerson Kauer

Para muitos, esta história relativa ao acidente do voo JJ-3054 da Tam é inacreditável. Seria apenas uma lenda urbana tida como verdadeira, mas, de fato, criada pelo imaginário popular em situações de dramaticidade e consternação coletiva. Arautos garantem, porém, que o fato foi real, e envolveu, de forma indireta, uma moradora do bairro Moinhos de Vento em Porto Alegre no maior acidente áereo da história do Brasil.. O relato não veio a público pela voz dos envolvidos, mas contado no livro "Moinhos de Vento: Histórias de um bairro de Porto Alegre", de Carlos Augusto Bissón (*)
Na tarde de 17 de julho de 2007, um empresário, 40 de idade, almoça com a mulher e os filhos, algumas horas antes da decolagem do voo JJ -3054. No meio da tarde a esposa deixa o marido no aeroporto Salgado Filho. Mas ele tinha a intenção de ir para São Paulo só no dia seguinte. Por isso, comprara outra passagem para a manhã do dia 18. Detalhe sutil: o empresário tinha uma namorada, profissional liberal bem-sucedida, 30 de idade, moradora no Moinhos de Vento. E foi para a casa dela que ele se dirigiu, de táxi, logo após ter sido deixado no aeroporto pela esposa. Assim, apesar da tarde hibernal, chegou ao Moinhos ainda com dia claro. Beijos e abraços iniciais, os amantes conversaram, degustaram queijos e vinhos etc. A noite seria prazerosamente longa. Como a tevê, o rádio e, evidentemente, os celulares estavam desligados, o único som ambiente era proporcionado pela sucessão de músicas no aparelho de CDs. Enquanto isso, o Brasil recebia a notícia chocante: ao aterrisar em Congonhas, às 18h51min, o Airbus A-320 da Tam atravessara a pista molhada - e todos sabem qual foi o desfecho. Alheios, em seu “ninho de amor” no Moinhos, o empresário e a namorada acordaram cedo e tomaram o café da manhã no dia 18. Não leram jornais, não escutaram rádio e nem ligaram a tevê. Ele pegou o avião para São Paulo às 9h30min. Sentiu uma certa consternação no aeroporto, mas não se flagrou. A moça o levou para o aeroporto – mais um vez, ouvindo apenas música produzida pelos CDs. Esse estado de alienação do mundo não é surpreendente: os únicos grupos que jamais deixam de acompanhar as notícias via rádio, tevê e jornal são os profissionais da comunicação, os intelectuais e os assessores políticos. A maioria das pessoas, porém, vive encapsulada em seu mundo de interesses particulares, vez por outra dado uma espiada nos assuntos públicos. Após se despedir da moça, o empresário reassumiu o papel de marido atencioso. Fez o que prometera à sua mulher no dia anterior: ligar “de São Paulo” na terça-feira pela manhã. Do outro lado da linha, ela estava aos prantos. Quando se refez da emoção, a mulher perguntou se o marido trocara de voo. Foi, então, que ele deu a resposta serena, mas enfática, que o incriminou de forma inapelável: “Não. O voo foi tranquilo. Cheguei, jantei e dormi bem”. Mais lágrimas do outro lado da linha. Em seguida, o empresário ficou sabendo de todo o sofrimento vivido por sua família na noite anterior, diante da certeza de sua morte. A mulher acabou pedindo separação do marido. Há quem tivesse encarado com bom humor o desfecho, sugerindo ao empresário que apresentasse a namorada como o “anjo do voo JJ-3054”, que o livrou da morte. Durante uma semana, o homem foi impedido pela mulher, com o apoio dos filhos, de entrar em casa para pegar suas roupas. Posteriormente, ele foi morar num flat. Quando resolveu cair nos braços do seu “anjo” do Moinhos ao invés de, como estava programado, ir para os céus de São Paulo, o empresário acabou fazendo de sua vida um inferno... Conta-se que pouco mais de seis meses depois, o empresário e sua esposa separaram-se consensualmente numa das Varas de Família do Foro de Porto Alegre. .................................

(*) O autor do livro autorizou o Espaço Vital à reprodução, reduzida, do instigante relato. A íntegra - além de outras interessantes histórias - pode ser lida em "Moinhos de Vento - Histórias de um bairro de Porto Alegre" - Editora da Cidade.
Colaboração Silvio Wu