segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

VARIG \ AERUS , O DRAMA CONTINUA

Reflexões e Perspectivas
Fazer parte de um grupo que há oito anos luta pelo simples direito de viver de seus próprios meios remete a profundas reflexões, todas infelizmente carentes de perspectivas otimistas. Começando pelo óbvio, é inacreditável ter de se empenhar numa luta – de vida e morte já não é exagero – apenas para pedir de volta uma aposentadoria privada, num caso inédito de expropriação que deixa escandalosamente evidente a podridão que é o atual desgoverno petista.
Não menos escandalosa é a procrastinação do judiciário onde, incontáveis “vistas” – um eufemismo para... Danem-se!, - são pedidas segundo o critério do... – “Neste tribunal só nos ocupamos das grande causas, especialmente as de grande efeito midiático...e se mais alguns de vocês morrerem, não nos interessa”.
No legislativo, a maioria nos ignora totalmente com exceção de uns três ou quatro batalhadores que são por sua vez sistematicamente enganados quando conseguem arrancar alguma declaração sobre o andamento de acordos, tratos e tentativas de solução para os aposentados e demitidos da Varig.
Digo que são enganados e, dada a posição que ocupam, desrespeitados o que passa uma impressão bem nítida desta “presidenta” e do grupo sinistro de que faz parte. Quantas vezes, só neste ano que se vai, foram portadores de notícias de que um possível acordo estava nas mãos dela?
Como não duvido de Paulo Paim, Ana Amélia, Alvaro Dias, e Rubens Bueno, só posso concluir que mentiram a estes parlamentares com a intenção de nos manter paralisados, inermes à espera de algo que nunca será concluído.
Mas enquanto políticos bem intencionados - poucos infelizmente - são enganados, nós, considerados os nossos direitos e as nossas urgências, deveríamos acabar com nosso próprio auto engano e partirmos para a formatação de um discurso único e a criação de uma rede de ativismo que não deixasse passar um dia sequer sem uma manifestação contundente a denunciar o crime que este desgoverno pratica contra nós. Sei que a reação imediata de alguns será a de que estou chovendo no molhado, que isto já foi feito e não deu certo.
Pergunto: Quando? Como? Por quem? E, principalmente, com que conteúdo? Até hoje só vi róseas declarações de boas intenções, tanto de quem diz nos representar como de figuras do poder eventualmente pegas numa saia justa sem poder dizer o que realmente pensam, isto é, que nos danemos todos.
Assim a minha reflexão final – que pode não levar a nenhuma grande perspectiva – é que nunca fomos capazes de afinar um discurso e que isto precisa mudar. E mudar significa muita gente escrevendo e descendo o pau no governo, no judiciário e no legislativo. Pode ser feito de maneira civilizada, mas tem de ser feito pelo simples fato de que “autoridades” estão no poder por vontade própria, não foram obrigadas a estar onde estão, mas, uma vez lá, não tem o direito de prejudicar quem não é autoridade, mas é o patrão – nós, eleitores e pagadores de impostos.
2014 é ano de eleições e eleição é VOLUME. Seja de votos, seja de influência, seja de poder econômico. Assim como campanhas por direitos, por melhoramentos e por justiça, como é o nosso caso, também só deslancham quando adquirem VOLUME, algo que jamais fomos capazes de sequer elaborar.
Que cada um medite em como é injusto ser roubado e pense nisto que proponho ou sugira algo melhor.
Na medida do possível, Feliz Ano Novo,
JC Bolognese