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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

MUITO ATUAL..... (Parte um de duas)



Escrito por um piloto de companhia aérea para todos os brasileiros que utilizam o meio de transporte aéreo.


Para você entender o que é a aviação no Brasil deve-se partir da seguinte idéia; imagine-se dirigindo um carro BMW luxuoso no meio de um safári na África; é mais ou menos assim que um aviador se sente voando no Brasil; você tem uma tecnologia de ponta dentro do seu avião e um sistema precário e ultrapassado a sua volta. Vou explicar por que.

Atrasos: Os atrasos no Brasil têm características incomuns comparado ao mundo afora; quando se tem nevoeiro... Somente Guarulhos tem sistema mais preciso para pouso por instrumento, conhecido como “ILS categoria dois". Curitiba também tem, mas lá é tão engraçado que colocam o sistema para manutenção exatamente em época de nevoeiro. Vergonhosamente Porto Alegre, Florianópolis e Confins não têm esse sistema. Estes sempre fecham por causa de nevoeiro. Manaus, que tem uma localização extremamente estratégica e que sempre tem nevoeiro, porém também não tem sistema ILS. Detalhe... "Nos EUA, são mais de 100 aeroportos só com ILS categoria 2", fora os de categoria 1 e 3.

Se você, passageiro, está indo para Porto Alegre, fique sabendo que seu avião não pode alternar Florianópolis caso Porto Alegre esteja fechado. Florianópolis tem um vergonhoso pátio para apenas cinco aviões; lembrando que no verão Florianópolis recebe mais 150 vôos de fretamento além dos regulares. Este aeroporto supracitado, vergonhosamente, não tem taxiway (pista para a aeronave taxiar até a pista principal), sendo necessário a aeronave taxiar pela pista principal gerando espaçamento maior entre as aeronaves que se aproximam, ou seja, ocasionam atrasos.

Se você está chegando a São Paulo, o problema é parecido. Guarulhos está sempre com o pátio lotado, Vitória e Confins também. Galeão e Congonhas dias atrás ficaram nesta situação, com o pátio lotado. Quem tinha Galeão como alternativa de pouso teve que escutar um "negativo" do controlador para alternar aquele aeroporto. Estava no plano de vôo que Galeão seria o "alternado", Se o controlador aprovou o plano antes de decolar isso significa que é questão de lei e não de conveniência de pátio.

Nordeste. Voar no Nordeste é mais tranqüilo por haver menor tráfego de aeronaves, porém lá tem outro problema: O controle de tráfego aéreo tem o desserviço de contar com as aeronaves militares fazendo treinamento que conseqüentemente geram atrasos, geralmente de mais de 20 minutos nas decolagens; o que desencadeia um atraso bem maior quando essas aeronaves chegam atrasadas ao sul do Brasil. Na regra internacional uma aeronave em instrução militar tem preferência sobre aeronaves civis de passageiro em pousos e decolagens, porém, se o País quer adotar regras internacionais ao pé da letra... que construam bases militares específicas para a função militar. Lembrem-se que aqui é o Brasil e não Europa ou EUA, onde os aviões são seqüenciados para pouso com separações de 4 km entre aeronaves, enquanto que no Brasil é 8 km entre aeronaves e no caso de Florianópolis chega a 20 km por aeronaves por falta de taxiway.

Saibam que todo piloto Brasileiro se sente mais seguro voando nos EUA, Europa e Ásia do que voando aqui no Brasil, fato decepcionante, mas vou explicar o porquê...

Aqui no Brasil existe uma regra: "a menor distância entre dois pontos é uma curva". Você sabia que quando você sai do litoral brasileiro e vai pra São Paulo você voa em curva? É necessário passar por cima do Rio de Janeiro. Poderia ser direto via Minas Gerais. Esse contorno do litoral gera em cada vôo pelo menos 1000 litros a mais de combustível consumido.

Nos EUA já não existe mais aerovia, somente proa direta para o destino. Lá eles têm acordos com as ONG´s e entendem que quanto menos tempo um avião ficar no ar menor é o efeito estufa. Se fosse aqui seria o equivalente a você decolar de Salvador e o controlador autorizar proa direto de São Paulo. São 1000 litros de querosene desperdiçados, sendo queimados na cabeça dos cariocas a cada 2 minutos. "Deixe o Green Peace saber disso; o Green Peace ficará superfeliz".

A desculpa não pode ser separação de fluxo, já que os EUA são maiores que o Brasil, e onde o fluxo aéreo é cinquenta vezes maior do que no Brasil. O que o Brasil voa em horas de voos em 50 dias, os EUA voam o mesmo em apenas um dia. "Poderia ser pior, se caísse neve no Brasil a desorganização aérea seria uma catástrofe diária".

Mas não coloco a culpa nos controladores. A culpa não é deles. O sistema brasileiro é que é arcaico e precário. O salário deles é baixo e cheio de "concurseiros" sem compromisso com o seu trabalho. Alguns são sérios e dedicados, porém não têm condições de trabalho dignas. Apenas um controlador cuida de várias regiões do País e todos sofrem muita pressão para no final das contas serem menos eficientes que os controladores americanos, europeus e asiáticos
Outro dia ouvi um controlador se despedindo no rádio porque tinha passado em um concurso melhor – isto é vergonhoso para um país que quer ser "primeiro mundo" -, mas desejei a ele sucesso e espero que ele esteja feliz no emprego bem remunerado que ele tem agora. Talvez ele não tenha sido valorizado como deveria. . ( continua na parte dois...)
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Texto muito verdadeiro, concordo com o autor. Adilar

Autoria desconhecida, repassado por Peter Lessmann

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Presidente da Ryanair diz que copilotos são desnecessários




Efe------- 08 de setembro de 2010 | 5h 45.
Para ele o computador de bordo cuida 'praticamente de tudo' e as empresas aéreas 'economizariam uma fortuna'


LONDRES - O executivo-chefe da companhia aérea européia de baixo custo Ryanair, Michael O'Leary, conhecido por suas pouco tradicionais medidas para economizar, afirmou que os copilotos não são necessários nos aviões modernos, pois "o computador já se encarrega praticamente de tudo".
Com o fim dos copilotos, "as companhias aéreas economizariam uma fortuna", disse O'Leary, em entrevista ao jornal britânico Financial Times, acrescentando que "nos trens só há um maquinista, e se ele sofrer um ataque cardíaco pode haver uma colisão".
"Em 25 anos e após cerca de dez milhões de voos, só um de nossos pilotos sofreu um ataque cardíaco, e mesmo assim conseguiu fazer o avião aterrissar", disse. O'Leary reconheceu que nos voos internacionais de longa distância os dois pilotos são necessários, mas nos mais curtos, como os da Ryanair (que só voa na Europa e norte da África), os comissários de bordo podem substituir o copiloto, cujo única tarefa, segundo ele, "é assegurar que a pessoa ao comando não está dormindo e se vai bater a cabeça nos controles".
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Comentário:
Primeiro eliminaram o rádio-telegrafista depois o navegador e nos anos 80 o engenheiro de voo, agora já estão falando abertamente em tirar o copiloto. Parece que o dono desta empresa é totalmente leigo ou nunca esteve numa cabine de comando durante uma operação fora do normal, arremetida, pane, condições meteorológicas adversas etc.,
Apesar dos amplos recursos tecnológicos das aeronaves atuais pela quantidade de parametros e procedimentos à serem executados e monitorados durante um voo a utilização de um único tripulante resulta numa impossibilidade técnica.
Com a evolução dos aviões militares pilotados remotamente é provável que a longo prazo esta técnologia chegue a aviação civil.
A ultima do Sr. O´Leary é pensar em usar os copilotos para servir lanches, é hora dos pilotos e suas associações tomarem alguma attitude, pois o mínimo que que se deve exigir das empresas e respeito profissional.